Desde a nossa infância correspondemos com as expectativas das pessoas que fizeram parte de nosso convívio para nos sentirmos aceitos e queridos, desenvolvemos um modo de ser que é bem visto pelos outros, o que vai compondo o nosso ser "ideal".
Assim seguimos por caminhos que nem sempre se alinham com o que realmente gostaríamos de fazer para a nossa vida. Nos esforçamos para alcançar objetivos e metas que nos ensinaram, deixando de olhar para nós mesmos e perceber os caminhos que realmente nos interessam.
Somos incentivados socialmente a seguir modelos de perfeição e metas de vida cada vez mais elevadas e nos sentimos frustrados quando não conseguimos alcançá-las. Até porque é impossível alcançar todas as metas, são muitas exigências colocadas sobre a vida.
Quanto mais tentamos corresponder a um modo de ser ideal, de acordo com as exigências alheias, mais exigentes nos tornamos com nós mesmos. Ao mesmo tempo em que nos sentimos insatisfeitos, pois vamos nos distanciando cada vez mais do que realmente é valioso para nós.
Enquanto vivemos somente nosso ideal para os outros, dificultamos a nós mesmos a distinguir entre o que realmente desejamos ser do ideal que mostramos aos outros.
O eu real corresponde ao que realmente sentimos e desejamos, aos nossos valores pessoais e singulares, que se alinha com nossas peculiaridades, que nos difere dos outros, o que nos faz únicos e autênticos.
Para estabelecer contato com o nosso eu real, precisamos primeiramente deixar de lado o eu "ideal" e ir de encontro com o que sentimos e queremos para nós mesmos, dando maior atenção aos nossos desejos, de modo a viver em nosso favor.
Não existe um modelo correto ou único de como cada pessoa deve ser ou como deve viver a sua vida. Cada pessoa se faz de seu modo, diante de suas possibilidades. Não precisamos ser o que os outros esperam de nós, e nem os outros precisam ser o que esperamos deles, cada pessoa se torna o puder.
Algumas pessoas vão gostar de nós pelo que somos, e outras vão desgostar pelo mesmo motivo. Como diz o ditado, não há como agradar a gregos e troianos, o mais importante é que possamos nos sentir bem sendo como somos.