Pessoas festejam, soltam foguetes,
cantam e bebem, anseiam a mudança.
Mas ela não vem com a virada do ano.
Para que a mudança aconteça
precisamos viver a mudança:
nos permitir a novos caminhos,
experimentar outras possibilidades,
fazer as coisas de um jeito diferente
e não como estamos acostumados.
Esperamos que as coisas mudem
mas somente trocamos o calendário.
Elas se repetem enquanto nós repetimos.
Daí surge a angústia do ano novo,
quando o ano muda e a gente permanece.
Por Bruno Carrasco.
*inspirado no poema "Receita de Ano Novo", de Carlos Drummond de Andrade.