Algumas pessoas buscam terapia com intenção de encontrar respostas para suas questões e dificuldades, esperando do terapeuta um caminho ou uma solução.
Porém, na minha atuação, não ofereço respostas nem soluções prontas. Busco auxiliar a pessoa a perceber melhor seus sentimentos, o que está vivenciando e encontrar meios para lidar com suas dificuldades.
Deste modo, incentivo sua autonomia para lidar de maneira criativa diante de suas questões, promovendo o contato com seus afetos e valorizando sua capacidade de fazer algo com as dificuldades que a vida lhe apresenta.
Se, ao contrário, a partir de uma análise da pessoa eu dissesse a ela o que fazer em cada situação, estaria desconsiderando sua capacidade de se perceber e experienciar novos rumos para a sua existência, por conta própria.
Por isso, meu trabalho consiste justamente em incitar na pessoa atendida sua autopercepção e a prática do autocuidado, valorizando suas diferenças, do modo como cada um experimenta sua vida e suas emoções, ampliando suas possibilidades de escolha.
No meu ver, a terapia tem como intuito possibilitar um momento e o exercício do cuidado de si, tomando contato com seus afetos e desafetos, revendo suas experiências e desejos, se co-construindo na relação com os outros e consigo mesmo.
Assim é como entendo a terapia, ou como faz sentido para mim a prática terapêutica. Esta não é uma proposta de como "a terapia deve ser", mas apenas o modo como acredito e valorizo.
Não há um caminho pronto, as coisas vão se fazer fazendo, a terapia é um exercício de liberdade e uma possibilidade de criar novas formas de vida.